Jikula omesso! Os bombeiros, a infiel e o corno


No correr das fofocas diárias fala-se sobre as mulheres que sobem na horizontal, com laivos de crítica voraz e mortal. E neste correr de falar da vida alheia quase todas as mulheres destacadas na sociedade acabam resvalando nesta maldição. Normalmente os mentores deste escárnio são homens que quando podem, usam do poder que têm para submeter outras mulheres, ou aproveitam os mujimbos para saltarem em cima das presas faladas. Presa ensanguentada é mais fácil de matar do que aquela que ainda preserva a integridade espiritual e corporal. Diz o ditado popular que "onde há fumo há fogo"... e muitas são as evidências destas subidas femininas na horizontal, mas como fazem estas espargatas sozinhas? E surpresa! Com os homens casados e colunáveis da sociedade! Mas estes não são caso de mujimbo.

Os  que promovem a horizontalidade parece que queimam sem deixar rasto; ou ainda, aqueles casos dos homens que paqueram e casam com mulheres para obterem lucros ou vantagens parece que há fogo mas não há fumo. Pois é? São tantos a apontar o dedo às mulheres, normalmente o elo mais fraco da cadeia, e ninguém aponta o dedo a estes novos salteadores do coração e da carteira feminina, os famosos "bombeiros". Eles "dormem" na horizontal ou na vertical para obter benefícios que vão desde promoção na carreira, empréstimos em bancos, empregos para familiares e até um carro novo. As presas são normalmente mulheres de faixa etária mais elevada que ocupam cargos de poder em ministérios ou instituições bancárias, solteiras ou casadas. São também seleccionadas jovens de famílias com nomes da elite no poder. Há quem diga à boca cheia que não se importa de concertar carro que "baba óleo", outros ainda gabam a capacidade de "remar em qualquer mar" e, garantidamente, todos afirmam ser bombeiros exímios. Eles saltam de lar em lar, concertando os problemas da canalização doméstica, apagando fogos sem deixar vestígio de fumo e dando nova utilidade a automóveis de marca que acumulam "teias de aranha" nas prateleiras, alguns prestes a entrar em menopausa. Há casos de homens que varrem a pirâmide etária desde os 14 até aos 60 anos de idade, subindo e descendo ao ritmo da potência do famoso "pau de cabinda" ou das pílulas azuis na versão ocidental. 

E esta sociedade de infiéis e bombeiros exímios estaria bem... não fosse o caso dos corações quebrados que toda esta situação cria, os cornos que pesam na cabeça de uns quantos vingativos e a teia de ligações complexas que se perdem neste emaranhado cada vez mais complicado. É preciso saber aceitar que quando deixamos a casa sem manutenção periódica a tendência é haver curto-circuitos, inundações e nestas alturas o bombeiro tem de agir. É nesta correria de apagar fogos que os bombeiros vão deixando para trás um sem número de doenças e filhos que acabam sendo absorvidos em casamentos desfeitos ou por mães solteiras. Como a intenção é lucrar, as doenças e os filhos, são vistos como despesas a eliminar. E quando o caso começa a entrar na rota da despesa superior ao lucro, abandona-se a cota ou a jovem de nome, por outra a precisar de aliviar os dólares na conta. Mas este abandono é normalmente acompanhado por um conjunto de conversas de bastidores em ambientes de machos nas famosas sextas-feira do animal onde as mulheres são expostas de forma leviana e perversa. 

Criado o ambiente ideal para não haver reclamações por parte das mesmas, vale apenas rezar para que a família ou o marido não descubra que aquele filho é deste prevaricador ou que a nova doença venérea foi transportada por este canalizador

Mas com a moda dos testes de DNA e análises clínicas fica cada vez mais difícil encobrir o bombeiro. Assim se explica os espancamentos de mulheres por homens cornos em fúria, por rivais ofendidas e até por familiares. Mas a estes salteadores com carteira profissional de bombeiros não há quem tenha a coragem de pelo menos os denunciar para que deixem de trabalhar de forma tão silenciosa, e o façam às claras para todos vermos. 




Jikula omesso! onde não há fumo pode existir fogo, um bom bombeiro e um corno



Uma actividade profissional tão rentável tem que permitir ao estado arrecadar receitas através do pagamento de impostos, pelo menos para cobrir as deslocações da polícia para atender aos casos de violência doméstica, a sustentação dos filhos abandonados e os tratamentos de doenças venéreas. É neste contexto que a sociedade não pode continuar a dizer que desconhece, que deixo a seguinte questão: como pode um fogo arder sem fumo? Resta-me acreditar que estamos todos cegos ou não queremos ver, que existem bombeiros que apagam o fogo e aspiram o fumo. 

Jikula omesso (abra os olhos)! Não se deixe enganar! onde não há fumo pode existir fogo e um bom bombeiro. Lueji Dharma, 2013.

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