Angola pode e deve liderar no mundo


JANELAS DE OPORTUNIDADES
População jovem
Angola à semelhança dos restantes países africanos detém uma população maioritariamente jovem que com “ligeiro” investimento em formação deve ser o motor da indústria que tanta falta faz ao país. Mas sabe-se que à medida que avançamos neste século XXI maior a tendência de robotização e automatização pelo que este processo de potenciar a faixa jovem em benefício do país terá de ser realizado numa janela temporal de 3 anos.
A potenciação desta força motriz deverá contar com uma liderança não reduzida ao pragmatismo castrante dos “mais velhos”. A governação da maioria não pode ser conduzida pelo topo da pirâmide demográfica, os eternos jovens entre os 60 e 75 anos. A representatividade democrática deve ser implementada a todos os níveis. Tal como previsto no artigo 53º da Constituição da República de Angola "todo o cidadão tem o direito de acesso, em condições de igualdade e liberdade, aos cargos públicos, nos termos da Constituição e da lei. Será que este artigo se aplica ao cenário político angolano? E que se entenda que os cargos não sejam simplesmente meras flores decorativas de estatística. Isto é, que não caiamos no erro de ir buscar jovens, mulheres e outros para encher as quotas. As quotas devem se encher progressivamente dos notáveis incansáveis que activamente “fazem acontecer uma pátria”. Entenda-se claramente o fim dos cargos para os filhos, mulheres e amantes que como bonecos insuflados de vazio tiveram a sorte de ter um padrinho na cozinha. Esses lugares têm sido vedados aos verdadeiros “donos”. Os sofridos nacionais empenhados com a construção de um país para todos, a custo de sacrifício pessoal. 
Não haverá cadeias suficientes para os sonhos de uma pátria para todos!

A tecnologia vem com os jovens
Se há uma certeza na lógica mundial é que a tecnologia de ponta está associada à juventude. Definitivamente é necessário que os jovens liderem o processo tecnológico de Angola conduzindo a propagação das redes de fibra óptica e do transporte aéreo via aeronaves não tripuladas e comandadas remotamente reduzindo-se o impacto financeiro e ambiental da construção de estradas. A junção destas duas soluções traria benefícios incontáveis a um país vasto com uma população dispersa carente de uma ligação à aldeia global. Há populações em Angola onde o quotidiano termina com o pôr-do-sol. E será que o ego de alguma fruta podre que se agarra à árvore resistindo à queda natural deve ser perpetuado até que a árvore morra? Não creio que devemos matar a árvore para salvar a fruta que por sinal já apodreceu em actos de corrupção, pedofilia e nepotismo. Quando muito devem oferecer-se como adubo para o crescimento da árvore.
Basta apenas uma oportunidade para se criar um cientista
Desenvolvimento verde
E porque o futuro se quer verde porque não liderarmos esta revolução oferecendo o que de melhor o nosso país tem para oferecer: a bela paisagem rural e florestal. E quando se fala em verde não se trata de ofertar os nossos imbondeiros tombados pela ganância desenfreada ou pelo abate de árvores milenares. A oferta deve ser em postais que promovam a beleza natural que o país encerra gerando o tão afamado eco-turismo que tem alimentado países africanos com grande sucesso.
Por outro lado o desenvolvimento urbano não deve crescer distante das energias renováveis e do desenvolvimento territorial e deve obedecer às boas regras do planeamento hidrológico, agrícola e florestal. Só assim poderemos falar em desenvolvimento.
Nestas condições Angola poderá num piscar de olhos esquecer a desvalorização do verde dólar substituindo-a pela potenciação do verde na moeda do Carbono do protocolo de Kyoto.
Sustentabilidade social e redução de pobreza

Percebe-se claramente que este traçado desenha-se de dentro para fora, conjugado com o que de fora há para oferecer. E tudo pode ser um cocktail para reduzir o impacto da pobreza nas comunidades. Quer-se maior qualidade de vida para todos. E todos é mesmo todos. Janelas de oportunidades de Cabinda ao Cunene. Mas num curto intervalo temporal é necessário um plano de escoamento de produtos agrícolas de todas as províncias para as grandes superfícies nacionais e internacionais. É este escoamento que permitirá a subsistência actual e o enriquecimento da maior parte das famílias angolanas. E não nos referimos como é óbvio à privilegiada Luanda mas a todo o território. O primeiro passo passará por se proibir a importação de frutas e vegetais que o território tão generosamente produz. Desta forma canaliza-se verbas para a produção nacional e, em especial, para o aumento da renda familiar dos mais pobres e combate à fome.



LUEJI DHARMA Janeiro 2018

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